Adaptação da obra do dramaturgo Richard Maxwell, Burger King é uma peça sombria que retrata o processo de alienação mental dos funcionários de um rede de lanchonetes. Despojados de consciência crítica, os funcionários não questionam a jornada desumana de trabalho. Com uma postura impensada, eles acatam passivamente as condições degradantes de trabalho.
Dirigida por Roberto Alvim, Burger King também denuncia a mecanização dos funcionários. Privados de atitude reflexiva, eles são automatizados pelo programa mecânico de trabalho. Reduzidos ao papel de peças de engrenagem, eles agem segundo padrões maquinais de comportamento. Não percebem que operam conforme o funcionamento coordenado e repetitivo da lanchonete.
Por causa do sistema mecânico de trabalho que subjuga a vontade livre e espontânea, os funcionários acabam destituídos de subjetividade. A formação de identidades é esmagada pela rotina opressiva da lanchonete. Sem autonomia para construir o eu individual, os funcionários são despersonalizados pelo ambiente massacrante da lanchonete. Tornam-se uma massa amorfa e acrítica de seres inanimados e indiferenciados.
Burger King
Direção: Roberto Alvim
Texto: Richard Maxwell
Classificação etária: 16 anos
Duração: 45 minutos